Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]
há um leve cheiro a fumo no ar que se entranha na roupa, no corpo, no cabelo, na pele.
não tem a imensidão de cinza e pó e abafado intenso dos últimos dias mas permanece gravado a cada partícula de ar, como uma espécie de fumado adocicado e enjoativo que se propaga, insistentemente, por todo o lado.
o cinzento da manhã apanha cada partícula e deixa-se vaguear pela vida.
tomo café a olhar os cedros. não há ninguém na rua e esforço-me por canalizar a mente para o que vejo. as árvores, as casas, um gato no jardim em baixo.
está tudo queimado.
ainda não consegui abarcar essa ideia:
está tudo queimado.