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entrei num grupo de grávidas do facebook durante dez minutos.
achei que agora, nesta fase, em que a minha barriga já me impede ver certas partes do corpo e deliro comprar roupas para criança, estava preparada para os cutchi cutchi da maternidade.
pois...
estava nada.
passei dez minutos a navegar pelas publicações e respetivos comentários e achei que, a bem da minha sanidade mental, tinha de saltar fora daquilo.
era isso ou ser banida após dez comentários.
saltei.
mas antes disso a minha memória brindou-me com duas coisas que ali estavam e ficaram gravadas:
isso mesmo!
a natureza é magnífica porque me tortura dois meses antes da verdadeira tortura!
méquié?
quer dizer... como se já não bastassem as contingências necessárias do ter que acordar sei lá quantas vezes durante a noite para alimentar a criança quando ela nascer, a bondade da natureza vê-se quando me obriga a passar os dois meses anteriores a esses... acordada também?
é do género: que sa lixe! detestas agulhas e vais ter de tirar sangue? prepara-te já e começa a espetar-te pelo corpo todo!
mas isto tem algum jeito?
pessoas, a natureza era magnifica se os putos saíssem cá para fora por um mecanismo qualquer que não fizesse uma mulher lembrar um pito do campo preparado para o churrasco. isso é que era magnifico!
ou que não as transformasse em hormonas andantes que choram a lembrar-se da imagem do pito de churrasco que vão parecer.
ou se arranjasse outra maneira qualquer dos putos serem gerados sem ser num sítio por si só já ocupado com intestinos e estômago e outros órgãos que, parece que não, mas são vitais à nossa sobrevivência e que ficam todos espalmadinhos com mais três ou quatro quilos de carne a ocupar o espaço que antes era deles.
isso é que era coisa para agradecer à natureza!
agora... achar que o altruísmo da dita se vê na antecipação da tortura da privação do sono por dois meses antes do necessário...
filhas, eu sei que as hormonas deixam-nos a todas loucas.
a mim, por exemplo, além da choradeira tenho um sério problema de burrice cerebral. o caso é tão grave que me esqueço de palavras, expressões e até de ter feito certas coisas. na semana passada, por exemplo, o rapaz tentava explicar-me o tamanho de um sofá para a casa nova e eu só conseguia pensar que uma mesa (juro) não podia ter aquele tamanho todo, apesar dele repetir sofá constantemente.
pronto.
é bondade da natureza deixar-nos neste estado. ficamos meio assim... atrasadas (nem todas. isto é só para as de classe inferior como eu).
mas daí a agradecer por isto tudo e achar que sim, não há nada melhorzinho que estas cenas todas... se calhar já é coisa para estudo médico.
digo eu, que às vezes nem sei o significado de estudo.
agora vou só ali agradecer à natureza o inchaço das minhas pernas.
claramente é a preparar-me para os dias vindouros em que elas vão inchar por andar a correr atrás do puto.