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e de repente está tudo em stand by menos quem trabalha em postos de combustível.
esta semana as solicitações de trabalho pararam, os e-mails abrandaram, os telefonemas desapareceram. foi só depois de tentar perceber que conspiração é esta que me fez assim parar de trabalhar que, muito eurekamente percebi que é agosto.
estamos em férias.
menos, volto a repetir, os senhores dos postos de combustível: a greve não começou e há filas.
filas, combustível que esgota e gente numa corrida de pânico a encher depósitos, garrafas e até a bexiga, se ela guardasse combustível.
incrível.
o português é incrível.
o que faria o português típico perante uma ameaça de falta de água? encheria a garagem numa espécie de piscina? transformaria a banheira num depósito? mataria o vizinho de apartamento de baixo para o transformar num tanque?
repito: incrível.
até já se viram começos de porrada, pancadaria, pauladas e afins num posto, filmado por alguém, numa qualidade ranhosa de imagem: gente, se é para passar na cmtv faz favor de filmar como deve ser, ora essa.
em boa verdade, tudo se conjugou para este cenário negro e dantesco de falta de combustível: estamos de férias, logo há tempo para ficarmos nas filas; e chove, por isso não se pode alapar o rabo na areia. e depois, o combustível está quase dado, não é verdade? toda a gente tem dinheiro para abastecer.
não se entende.
ontem, de tarde tive de ir ao supermercado comprar leite, fraldas e toalhitas para sua excelência meu filho.
desleixei-me e eram tão poucas que corria o risco de me transformar numa mãe daquelas da moda e embrulhar a criança num saco reciclado, lavando cocó à mão, em restos de água do banho. (ou em leite materno em excesso).
fui, esperando encontrar o que encontro em dias da semana antes das 5 da tarde: pouca gente, estacionamentos à larga, nada de confusões.
pois claro que não: havia uma fila para entrar no supermercado e, pasmem, seguranças no estacionamento, na entrada e dentro do super. olhei espantada o telemóvel. os dias estão cinzentos, o puto está enorme: seria natal?
não, claro que não.
é o medo, o pânico, a dor de que os supermercados deixem de ter ração para toda a gente.
oh-meu-deus.
e a greve, repito, não começou e estima-se que nem comece. e os serviços mínimos oscilam entre os 50 e os 100 (cem, reparem, cem) por cento.
e vamos todos às compras, a correr muito, não vá termos de comer pedras à janta.
tudo maluco!
a culpa é da chuva, só pode.
confessem cá: quantos depósitos cheios há por aí?